Helena Roseta teve hoje a coragem de dizer no "O Público"que não estava de acordo com a candiadatura de Mário Soares, afirmando mesmo que era a altura do mesmo se retirar da política activa e dava apoio expresso ao poeta Manuel Alegre. É salutar para a democracia esta voz discordante, vinda do seio do Partido Socialista. Quem a conhece sabe que a arquitecta é uma mulher de coragem, de príncipios, coerente com a sua forma de pensar e de cidadania.
No entanto, não escapa a fazer parte duma geração de políticos que teima em se perpetuar no poder:todos sabemos. Por isso não posso concordar com esta personagem. Há muito tempo que advogo que Portugal merece uma geração de políticos novos para trazerem uma lufada de ar fresco ao pensamento dos portugueses e à vida democrática do País. A culpa é dos Partidos que deixam à porta uma geração de personalidades que quer participar numa gestão diferente da sociedade, mas que são marginalizados. "O olimpo" não lhes pertence e eles e outros de pensamento livre bem o sabem. Então, esta gente é marginalizada e à democracia é vedada a entrada no século XXI. De Helena Roseta registo a sua voz discordante. Desejo que surjam bastantes e que daqui a cinco anos se verifique, então, uma mudança na política acticva e que as candidaturas a presidência não sejam arcaicas. Quem ganha, estou convicto, são as gerações vindouras e a democracia encontrar-se-á renovada,