(foto: do blogeuiro)
Há pouco tempo tinha um "post" escrevinhado para publicar. Não sei que voltas dei no "blogeer" e lá se foi todo o tarabalheco, que desejava partihar com aqueles que fazem o favor de por aqui passar, depois de ontem estar numa de festas e deixar alguma coisa de muito pessoal à volta da "Feira de Ano", em Santa Cita, no concelho de Tomar, para acrescentar à história daquela população, mais do que milenar, outras estórias. Ah, ia eu a dizer que o que tinha quase alinhavado para publicar "boou". Chatice!
Não querendo perturbá-los com outros escritos da minha larva e enquanto tento repor na minha imaginação o que estava escrevinhado na mente, deixo-vos com duas frases da obra literária deixada por Eça de Queirós, quase a rondar 2 séculos de existência e, mais do nunca, estão na ordem do dia deste triste e velho Portugal amordaçado por uma seita governativa, sob a alçada do impreparado Passos Coelho, que rapidamente deixou cair a TSU ao ver a populaça ao sair à rua, para abraçar, qual cordeirinho manso, outros impostos de substituição, que deixam o povo e a classe média na mesma ou pior, enquanto os juros bancários, as mais valias, as rendas (por exemplo da Electridade) e os lucros das PPP's continuam intocáveis. Diz o Governo que mexe, mas não tributa e o dinheirino dos portugueses cada vez voa mais para os "off-shores", lá bem longe, onde Portugal não cobra um chavo de impostos. Bonito! A canalha "vampiriza"!
Quase que elaborava outo "post", perdão! Vamos lá! Repare-se na atualidade do pensamento de Eça!...
“Em Portugal não há ciência de
governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a
aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos
que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste
país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada
pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade
e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos
os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más
paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali
há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a
abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de
grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os
aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores
ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o
privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se,
foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as
violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com
raiva.
À escalada sobem todos os homens
inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na
arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e
de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.”
Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora” (1867)
(in As Farpas)
Por agora, por aqui me fico! Ah! descobri isto! Julgo que vale a pena perder 7 minutos.
(Post scriptum)
Gostou?...quer perder mais 4 minutos e 22 segundos? Então oiça, ainda! É a vez de Octávio Teixeira!...
(Post scriptum)
Gostou?...quer perder mais 4 minutos e 22 segundos? Então oiça, ainda! É a vez de Octávio Teixeira!...
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