quinta-feira, setembro 27, 2012

Chatice!

 (foto: do blogeuiro)
Há pouco tempo tinha um "post" escrevinhado para publicar. Não sei que voltas dei no "blogeer" e lá se foi todo o tarabalheco, que desejava partihar com aqueles que fazem o favor de por  aqui passar, depois de ontem estar numa de festas e deixar alguma coisa de muito pessoal à volta da "Feira de Ano", em Santa Cita, no concelho de Tomar, para acrescentar à história daquela população, mais do que milenar, outras estórias. Ah, ia eu a dizer que o que tinha quase alinhavado para publicar "boou". Chatice!
Não querendo perturbá-los com  outros escritos da minha larva e enquanto tento repor na minha imaginação o que estava escrevinhado na mente, deixo-vos com duas frases  da obra literária deixada por Eça de Queirós, quase a rondar 2 séculos de existência e, mais do nunca, estão na ordem do dia deste triste e velho Portugal amordaçado por uma seita governativa, sob a alçada  do impreparado Passos Coelho, que rapidamente deixou cair a TSU ao ver a populaça ao sair à rua, para abraçar, qual cordeirinho manso, outros impostos de substituição, que deixam o povo  e a classe média na mesma ou pior, enquanto os juros bancários, as mais valias, as rendas (por exemplo da Electridade) e os lucros das PPP's continuam intocáveis. Diz  o Governo que mexe, mas não tributa e o dinheirino dos portugueses cada vez voa mais para os "off-shores", lá bem longe, onde Portugal não cobra um chavo de impostos. Bonito! A canalha "vampiriza"!

Quase que elaborava outo "post", perdão! Vamos lá! Repare-se na atualidade do pensamento de Eça!...

“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.
À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.”
Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora” (1867)

 "Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a Grécia e Portugal"
(in As Farpas) 

Por agora, por aqui me fico! Ah! descobri isto! Julgo que vale a pena perder 7 minutos.
(Post scriptum)
Gostou?...quer perder mais 4 minutos e 22 segundos? Então oiça, ainda! É a vez de Octávio Teixeira!...

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