Cavaco estava convencido que a sua candidatura aparecia aos eleitores como um facto consumado, cheia de palmas no mundo da direita, mas que a esquerda não engeitaria, em virtude da sociedade portuguesa estar prenhe de dúvidas. E sendo assim, tudo não era mais do que uma corrida, sem adversários por um jardim cheia de tulipas de diversas cores. Soares veio, porém, barralhar toda esta corrida. Resta a Cavaco surgir a qualquer momento. Ele conhece bem Soares. Sabe que Mario foi mal amado e odeado muitas vezes pelo povo, e que com o seu ar de bonacheirão soube sempre travar os comabates, trazer-lhe alegria e prestar sempre um bom serviço à democracia. Nada melhor para curar a melancolia que emerge por todos.
Cavaco terá de inverter toda a estratégia submersa do seu silêncio, de um alheamento medido à causa mais nobre da Nação, e terá de dar um golpe de rins, já. A peleja vai começar, palpita-me!