Manifestações e greves
4. Os sindicatos e alguns partidos, perante a dureza da crise, que os portugueses começam a sentir na carne - e, infelizmente, sentirão mais a partir de Janeiro de 2011 -, acordaram para as manifestações e marcaram uma greve geral para amanhã. Antes, os estudantes de Coimbra, vieram até Lisboa manifestar-se e no sábado passado houve uma manifestação anti-NATO pacífica e relativamente fraca em número de pessoas.
Os manifestantes estão no seu direito, uma vez que os cidadãos, em democracia, são livres de se manifestar, nos termos da lei, e por forma não violenta. Estamos, felizmente, em democracia. Portanto, nada a dizer. Os sindicatos são fundamentais para mediar os conflitos sociais e para assegurar o diálogo social.
Mas será que as manifestações servem, num mínimo que seja, para mudar a realidade que temos e de que, naturalmente, não gostamos? Contra este Governo ou qualquer outro? Algum partido, no Parlamento, já apresentou - ou pensa apresentar - qualquer moção de censura contra o Governo, indicando que alternativa propõe para a política que seguimos e que nos foi imposta - não o esqueçamos - pela União Europeia? Haverá quem queira que Portugal saia da União Europeia, hoje, apesar do mal-estar que se vive? Para vivermos ainda muito pior? Assim, para que servem as manifestações e mesmo a greve geral? Para animar a malta? Ou como válvula de escape do natural descontentamento? Só pode ser para uma das duas coisas. No actual contexto, as alternativas preconizadas pelas centrais sindicais - que, aliás, são pouco claras, do meu ponto de vista - dificilmente serviriam os interesses dos seus associados e da generalidade do povo português.
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