terça-feira, março 20, 2007

A direita portuguesa está irreconhecível. Só?

Que as coisas não andavam muito bem no PSD e no CDS/PP já se "bispava". Em ambos está instalada uma crise de liderança. Os portugueses vão assistindo e comentando preocupadamente, com uma tenúe tristeza, difícil de esconder.
Marques Mendes todas as semanas é afrontado com problemas de liderança. Ou é Luis Menezes ou Santana Lopes e de vez em quando António Borges, dando de Londres ou do seu Alentejo sinais confusos de que também existe e se for preciso estará pronto para comandar as hostes laranjas, embora o faça ambiguamemnte.
No CDS/PP está a loiça em cacos desde as últimas legislativas. Portas a mandar à laia de clausura fingida e a ponderar qual seria o momento oportuno para a sua "reentrée". Há menos de três semanas o homem disse aqui estou e quero tomar a liderança. Não se lembrou tão pouco que Ribeiro e Castro, honrando as tradições centristas (e só estas) tem um mandato que aceitou, evitando assim o partir dos cacos que sobravam. Portas avançou, não disse em nome de que direita, não daquela que apregoou na Comunicaçâo e "bumba" o poder para cá, que eu é que mando. Esqueceu-se que os partidos têm estatutos para cumprir e aconteceu em Óbidos aquilo que toda a gente sabe e foi propalado pelos "media". Não serão precisos muitos mais comentários e "o programa segue dentro de momentos", como em tempos na nossa televisão acontecia, com os "cortes" das fitas onde estavam gravados os programas a transmitir.
Este País vai vivendo quase sem oposição. José Sócrates vai esfregando de contente as mâos, em S.Bento, porque tem uma boa folga, devido à falta de uma oposição consciente, para governar. Isto não é bom para os cidadãos em face de grandes reformas, julgadas convenientes e indispensávies para a vida do País. Alguma coisa fica de fora, muitas vezes reclamada pelo PCP com visão de antanho da sociedade ou pelo BE, voluntarioso. É a ausência de pensamento para os mais desprotegidos, que já são quase todos os Portugueses. Cada vez mais há uma minoria a viver abastadamente e uma maioria a viver cada vez pior, já como muitos excluídos, atirada para uma sociedade de consumo desgovernado.
Urge que o Governo do PS e as oposições pensem nos desajustes imorais existentes entre classes, depressa. Ninguém se queixe se, de uma noite para a outra, vierem a acontecer tumultos semelhantes aos de França, no último ano e não só. Os excluidos são cada vez mais. Entenda-se!
Ninguém pense que a democracia se esgota nos Partidos existentes, com os dois maiores a alcançar o poder quando um se esgota, para o outro governar. Sabe-se que a vida do PRD no nosso País foi efémera, mas não quer dizer que sempre assim seja, se outros Partidos surgirem no futuro. Necessário é que o aparecimento destes não seja só de caras lavadas, trocadas e desiludidas do seu próprio Partido. Acredito que, se tal acontecer, será com outra gente, com ideias novas e com respostas válidas para a sociedade portuguesa, agora amargurada. Vamos a ver! Aí dos Partidos tradicionais!