Para aperitivo deixo três nacos da crónica do Dr. Soares, ontem no DN:
"Para além da
Grécia, da Irlanda, de Portugal e de Chipre, o novo Estado que abala e
fez estremecer a Europa é agora a Espanha. E mais discretamente, mas não
menos gravemente, a Itália. São duas grandes economias em estado de
choque no plano bancário, mas não só: com grandes dificuldades, que
tornam o futuro incertíssimo."
"Neste início do
segundo ano do atual Governo, as dificuldades avultam em todos os
sectores. Alguns ministérios estão paralisados, não atendem nem
respondem às pessoas que os solicitam. Tirando as Finanças, cujo
principal objetivo é fazer cortes sobre cortes, que atingem
fundamentalmente os trabalhadores e a classe média, criando cada vez
mais desempregados, o Governo ignora a pobreza crescente, vende sem
diálogo prévio o património, fecha Tribunais, contra a vontade das
populações, aperta, quanto pode, as câmaras municipais e as freguesias,
criando-lhes um futuro muito inseguro e incerto, encerra ou quer
encerrar um símbolo, para tantos portugueses, como a Maternidade Alfredo
da Costa - com que vantagem? - e vários outros hospitais públicos,
porque os privados são, quanto possível, acarinhados, ignora a dignidade
do trabalho e a importância do serviço público e social, que estão a
ser destruídos aos poucos. Para onde vamos parar?"
"A verdade é que o
Governo está cada vez mais isolado e está a perder o crédito aos olhos
da maioria dos portugueses. O mal-estar é crescente e não se faz nada
para mudar a situação. A crise global é tida como uma fatalidade para
Portugal, quando se sente por toda a Europa que as medidas de
austeridade têm de ser combatidas para salvar o euro e dar um novo
impulso ao projeto político, social e económico europeu. Se assim não
for, de resto, o futuro da União Europeia será uma verdadeira
tragédia...
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