...No DN, de hoje, por Mário Soares! Deixo alguns aperitivos para condimentar a leitura de ideias bem lúcidas, perante os tempos que vão correndo:
..."A corrida às armas
voltou a ser uma preocupação dos Estados, tanto dos grandes, a Rússia, a
China, os Estados Unidos, que as fabricam e vendem, aos países mais
pequenos, incluindo as armas nucleares, que continuam a proliferar. Um
perigo e uma vergonha!"
..."Qualquer estudo
sobre as primeiras décadas do novo século mostrará o recuo
civilizacional que tem afetado o Planeta, dadas as crises financeira e
económica, mas também social, política e até moral, que nos têm vindo a
envolver."
..."É certo que temos
eleições presidenciais na França, que podem vir a constituir uma viragem
política importante, se François Hollande ganhar, como espero, a
Nicolas Sarkozy. E em 2013 haverá eleições na Alemanha, que deverão ser
fatais para a Chanceler Merkel. O SPD voltará, creio, ao poder. Nessa
hipótese, bastante provável, consumar-se-ia, necessariamente, uma
mudança à Esquerda que levaria a União Europeia a ser de novo uma
referência política, social e económica, em termos mundiais."
..."A Igreja Católica
em crise. Também a Igreja, apesar das aparências, parece estar com
problemas. O Papa Bento XVI, há dias, presidiu a uma cerimónia de
proclamação de 22 novos Cardeais, de maioria europeia. Portugal ganhou
mais um Cardeal. A Europa, aos olhos do Papa, que vai fazer 85 anos e
tem problemas de saúde, no que toca à sua mobilidade, é considerada uma
"terra de missão". Porque deseja cortar cerce com o que chama "o declive
do catolicismo europeu".
...". Crise profunda do
capitalismo. Não sou eu que o diz. É Michel Rocard, socialista e
ex-primeiro-ministro de França, na época de François Mitterrand. Com 82
anos, acaba de publicar um livro intitulado "Mes points sur les i". Não o
li ainda, porque não chegou às livrarias portuguesas. Mas permito-me
refletir sobre uma entrevista que deu a Le Monde de 27 de Fevereiro
último. Diz ele: "o capitalismo entrou numa crise profunda, sem nenhum
regresso à normalidade. Nada será como antes". E acrescenta "a Direita
acredita que podemos trabalhar mais e voltar a ter crescimento. É falso.
A sociedade de amanhã será radicalmente nova. Será menos mercantil e
menos cúpida."
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