É uma boa chamada de atençâo à navegação. Daí, em vez de "linkar", optou-se pela transcrição de parte do editorial do DN, de hoje:
O pai da democracia portuguesa emprestou o peso das suas palavras a uma causa justa, pois a crise lavra num tecido social debilitado. No 1.º trimestre, 137 mil portugueses confessaram a sua impotência e desistiram de continuar a procurar emprego, um abandono que maquilha as estatísticas do desemprego (passam do contingente de desempregados para o de "inactivos"), mas aumenta as manchas de pobreza.
Numa altura em que 41% dos desempregados já não têm direito a subsídio, o primeiro-ministro fará bem em seguir o conselho do fundador do seu partido e dar a prioridade à adopção rápida de políticas de combate ao agravamento das desigualdades sociais.
Soares teve o mérito de colocar no topo da agenda política um assunto que já lá devia estar, demonstrou que um político nunca se reforma, e relembrou que Portugal não pode prescindir da sabedoria e experiência dos seus senadores.
Ao alertar para os riscos de hemorragia de votos para a esquerda, caso Sócrates persista em não dar ouvidos ao descontentamento das classes médias, Soares revela que continua a ser um homem de partido.
E ao chamar a atenção para a ênfase que os candidatos à liderança do PSD têm posto nos novos pobres e na questão social, apontou os holofotes para a obsoleta arquitectura de um sistema partidário em que as diferenças entre os dois partidos de governo não são observáveis à vista desarmada."
O bom conselho de Soares a Sócrates
" Num país como o nosso em que um milhão de pessoas sobrevive com menos de dez euros por dia, é indispensável escutar vozes como a de Mário Soares, que num lúcido artigo, publicado na edição de ontem do DN, apelou ao Governo PS para não ignorar o agudizar das desigualdades sociais.O pai da democracia portuguesa emprestou o peso das suas palavras a uma causa justa, pois a crise lavra num tecido social debilitado. No 1.º trimestre, 137 mil portugueses confessaram a sua impotência e desistiram de continuar a procurar emprego, um abandono que maquilha as estatísticas do desemprego (passam do contingente de desempregados para o de "inactivos"), mas aumenta as manchas de pobreza.
Numa altura em que 41% dos desempregados já não têm direito a subsídio, o primeiro-ministro fará bem em seguir o conselho do fundador do seu partido e dar a prioridade à adopção rápida de políticas de combate ao agravamento das desigualdades sociais.
Soares teve o mérito de colocar no topo da agenda política um assunto que já lá devia estar, demonstrou que um político nunca se reforma, e relembrou que Portugal não pode prescindir da sabedoria e experiência dos seus senadores.
Ao alertar para os riscos de hemorragia de votos para a esquerda, caso Sócrates persista em não dar ouvidos ao descontentamento das classes médias, Soares revela que continua a ser um homem de partido.
E ao chamar a atenção para a ênfase que os candidatos à liderança do PSD têm posto nos novos pobres e na questão social, apontou os holofotes para a obsoleta arquitectura de um sistema partidário em que as diferenças entre os dois partidos de governo não são observáveis à vista desarmada."
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