...o pirata do Manuelinhodévora faz hoje seis anos. Surgiu depois de um outro blogue instalado na concorrência, que ao tempo não satisfazia as ambições dos blogueiros, tendo por título "Mula e Meia" e depois veio à estampa com o nome actual no "blogspot.com".
Como "de poeta e louco todos temos um pouco", cá vamos andando. Tenham paciência! Aturem-no!
Olá, boa noite e parabéns pela longevidade do teu blogue. Podes continuar, que nós cá vamos fazendo o sacrifício de te lermos. Ah! da próxima vez que te der um desvario mental igual ao da foto, vou sugerir a tua entrada compulsiva no MB (já sabes o que quer dizer a sigla, eheheh!!!)
ResponderEliminarAgora a sério, mantém a tua lucidez e o teu espírito crítico em alta, que eu venho aqui ao teu cantinho ler-te com todo o prazer.
Beijinho
Sacrifício!Disto só come quer!...
ResponderEliminarA parte do "sacrifício" é a brincar!!!
ResponderEliminarDepois cá em baixo digo o que realmente penso.
Bj
Porque a palavra é uma arma...aqui vai,de Manuel Alegre,com um abraço de "força para continuar".PARABÉNS.
ResponderEliminarPOEMARMA
Que o poema tenha rodas motores alavancas
que seja máquina espectáculo cinema.
Que diga à estátua: sai do caminho que atravancas.
Que seja um autocarro em forma de poema.
Que o poema cante no cimo das chaminés
que se levante e faça o pino em cada praça
que diga quem eu sou e quem tu és
que não seja só mais um que passa.
Que o poema esprema a gema do seu tema
e seja apenas um teorema com dois braços.
Que o poema invente um novo estratagema
para escapar a quem lhe segue os passos.
Que o poema corra salte pule
que seja pulga e faça cócegas ao burguês
que o poema se vista subversivo de ganga azul
e vá explicar numa parede alguns porquês.
Que o poema se meta nos anúncios das cidades
que seja seta sinalização radar
que o poema cante em todas as idades
(que lindo!) no presente e no futuro o verbo amar.
Que o poema seja microfone e fale
uma noite destas de repente às três e tal
para que a lua estoire e o sono estale
e a gente acorde finalmente em Portugal.
Que o poema seja encontro onde era despedida.
Que participe. Comunique. E destrua
para sempre a distância entre a arte e a vida.
Que salte do papel para a página da rua.
Que seja experimentado muito mais que experimental
que tenha ideias sim mas também pernas.
E até se partir uma não faz mal:
antes de muletas que de asas eternas.
Que o poema assalte esta desordem ordenada
que chegue ao banco e grite: abaixo a pança!
Que faça ginástica militar aplicada
e não vá como vão todos para França.
Que o poema fique. E que ficando se aplique
a não criar barriga a não usar chinelos.
Que o poema seja um novo Infante Henrique
voltado para dentro. E sem castelos.
Que o poema vista de domingo cada dia
e atire foguetes para dentro do quotidiano.
Que o poema vista a prosa de poesia
ao menos uma vez em cada ano.
Que o poema faça um poeta de cada
funcionário já farto de funcionar.
Ah que de novo acorde no lusíada
a saudade do novo o desejo de achar.
Que o poema diga o que é preciso
que chegue disfarçado ao pé de ti
e aponte a terra que tu pisas e eu piso.
E que o poema diga: o longe é aqui.
O Canto e as Armas, 1967.
continuar" PARABÉNS.
Parabéns e em frente é que é o caminho!
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