(imagem: intrabalhismoemdebate.com.br)
...da crónica de Mário Soares no DN, de Hoje...Haverá vida vencendo o desemprego! Haja medidas!...a merda da austeridade, entenda-se só por si, não leva a lado nenhum. Anula a criação de riqueza.
..."E as medidas,
chamadas de austeridade, receita principal da dupla Merkozy e da troika,
não servirão para nada - bem pelo contrário - aos Estados em
dificuldades, mas tão-só aos mercados especulativos. O que quer dizer
que os Estados vítimas - que já não são só três, Grécia, Irlanda e
Portugal, mas, pelo menos, sete (se contarmos também a Itália, a
Espanha, a Eslovénia e, porventura a França) - irão arrastar os outros
Estados da Zona Euro e, como parece começar a ser óbvio, a própria
Alemanha."
... "Para que servem
então as medidas de austeridade, as contrarreformas que necessariamente
acarretam, as destruições paulatinas dos Estados sociais europeus e
todas as conquistas sociais, que fizeram, durante várias décadas, o
bem-estar das classes menos abastadas e mais carentes da União Europeia?"
..."em todos os Estados
da Zona Euro, governos ultraconservadores, o que explica muita coisa,
começam a perceber que a política de mera austeridade leva à destruição
dos Estados sociais e ao "emagrecimento" dos Estados, em defesa dos
sacrossantos mercados, não podendo conduzir senão à recessão, que está a
minar a União Europeia, aumentando em flecha o desemprego, o trabalho
precário, e a própria inovação e competitividade económica. Mesmo a
Alemanha começa a dar sinais de ter compreendido isso... "
...(de Portugal)"O atual Governo,
que tem escassos seis meses de existência, não parece ter definido ainda
uma estratégia coerente para sair da crise. Parece aceitar, por razões
ideológicas, o que a troika dita. Até pode ir um pouco mais além. As
linhas necessárias do que devemos fazer, como "bom aluno" que o Governo
se preza de ser, impõem medidas de austeridade em diversos planos, com
cortes e mais cortes, que afetam os mais carentes, as classes médias,
estão a fazer cair Portugal numa recessão profunda, com o desemprego a
crescer como nunca, bem como a economia paralela. Para onde caminhamos?
Não será para sair da crise, infelizmente, como nos prometeram, mas para
a agravar cada vez mais. A esmagadora maioria da população está a
perceber que é assim. Por isso, penso - e tenho-o afirmado em sucessivos
artigos e conferências - que só a União Europeia nos pode salvar, se
tiver a coragem de mudar radicalmente as políticas que tem vindo a
aplicar. E puser na ordem os mercados especulativos e as agências de
rating."
..".Mas, sinceramente,
não acho - e devo dizê-lo, por mais que me custe - que as
contrarreformas que o Governo tem estado a promover, nos ministérios em
que alguma coisa mexe - há outros que estão parados -, tentando
emagrecer o Estado e as autarquias, está a destruir o Serviço Nacional
de Saúde, a diminuir, sem critério, as pensões de reforma, a promover
privatizações, entregando de qualquer maneira a grupos estrangeiros as
joias do nosso património, a criar no comum dos portugueses - e nos
próprios militares e forças de segurança - um descontentamento
generalizado e uma falta de confiança nas nossas instituições políticas
democráticas, extremamente perigosos para o futuro. Como diz o ditado:
"Quem vos avisa vosso amigo é"
..."Ora, é isso que o
atual Governo tem de perceber rapidamente, pondo de lado - para vencer a
crise - a sua conhecida base ideológica. Oiçam os parlamentares
europeus portugueses e o que se começa a dizer alto em Bruxelas. A
austeridade, sem crescimento económico, pode estimular os mercados
especulativos, mas não resolver os problemas dos Estados soberanos nem a
situação tão difícil da Europa do euro, no seu conjunto. Quer a
Alemanha queira quer não..."
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