sexta-feira, setembro 29, 2006

Vindimas!

Cesto típico usado nas vindimas
O povo dorme. Tem medo. Estamos como há cinquenta anos, certo? As gentes humildes não sentem o viver da comunidade que habitam. Porém, preferem as brejerices da ocasião à crítica séria duma sociedade em que vivem. Tudo que a população da aldeia, recebe, dum Estado Social em vias da desagregação " é tudo bom", acham e afirmam as gentes. Se o povo recebe é porque lho querem dar. Falta a consciência social, a motivação, o direito adquirido. Na verdade vivemos num País desmotivado, com uma tritena de anos de democracia, onde a população é comandada por um grupo de caciques instalados no terreno, que sabem sugar, dia após dia, o suor das gentes que trabalha arduamente e que nada fazem para modificar o estado de coisas vividas nas aldeias deste Portugal, como se toda a população fosse um número, sem ser despertada para um espírito de solidariedade mútua. Enfim, todo este esta situação vivida pelas gentes campesinas ainda agarradas à aldeia dá para pensar ao cidadão honesto e ávido por uma sociedade diferente, onde impere a justiça Social.
Urge transformar todos os espaço das nossas aldeias, para que todos os cidadãos gozem de uma cidadania plena. É triste verificar que as nossas aldeias estão a desertificar, que quase todas elas tiveram escolas democráticas, após a a revolução de Abril, mas que os seus docentes eivados por egoismo de classe, dominados por sindicatos conservadores nada fizeram para dar uma nova mentalidade às pessoas que teimaram viver na aldeia.
É preciso fazer regressar à aldeia os primeiros que às abandonaram e que adquiriram uma mentalidade de sociedade colectiva e participativa à boa forma antiga, por exemplo do forno comunitário, em outros campos coadunados com a vida de hoje. A aldeia só será diferente com gente participativa e orgulhosa da sua cultura. Todos aqueles que ao longo dos tempos se serviram do povo hulmide, sem preocupações de cultura e de comunidade não têm o direito de ganhar mais um "chavo" à custa do hulmide povo aldeão. Há coisas que ferem a alma de quem escreve. Esta é uma delas. Todavia, tem que ser assumida perante senhores julgados detentores da verdade para lhes dizer que neste "cantinho à beira mar plantado" que muita pouca coisa está bem e é imperioso que as reformas surjam nas instituições porque os cidadãos conscientes estão àvidos por elas.