quinta-feira, janeiro 03, 2008

Dificuldade!

Sabe-se e o próprio Presidente da República referiu há pouco na mensagem de Ano Novo, que o Ministro da Saúde tem dificuldade em explicar à população a política seguida. Entende-se que o P. R. se referia ao fecho de serviços, nomeadamente "Serviços de Atendimento Permanente" e algumas "Urgências Hospitalares". Há muito que referi que não havia nenhuma pedagogia no encerramento desses serviços e que as reformas na Saúde tinham começado nos Cuidados de Saúde Primários, com meia parede feita.
Sabemos que as Extensões de Saúde, vulgo Centros de Saúde, espalhadas pelas freguesias e algumas aldeias funcionam deficientemente porque raramente se encontram nelas todos os profissionais pertencentes ao seu "quadro de pessoal" para além de funcionarem ao público só umas horas diárias, o que provoca a deslocação dos doentes às Sedes dos Centros de Saúde, ou, como se diz agora, à consulta aberta não programada, no caso de doença ou à própria Extensão de Saúde para outros assuntos, até que o respectivo profissional esteja presente.
Quero afirmar que era pelo agrupamento das Extensões de Saúde locais que a reforma devia ter sido iniciada, criando locais de consulta, abertos ao Público das 08H00 às 20H00, com quatro ou cinco médicos de família e o restante pessoal necessário. Claro que as Unidades existentes e muito "amadas" pelos autarcas não fechariam, abrindo para actos de enfermagem, para uma visitação domiciliária colectiva ( passagem de receituário a doentes crónicos) e reuniões de educação para a Saúde quando se justificassem. Estou certo que tudo isto vai acontecer a curto prazo, com protestos veementes na rua da população e dos autarcas, significando maior dificuldade em explicar isto às populações, porque pouco lucraram com novos Serviços de Saúde criados, após o encerramento indesejado dos já referidos SAP's e Urgências. Medidas por vezes necessárias mas cujo objectivo é difícil o povo ver, já que quase todos os cidadãos gostam de ter tudo à porta e quem não gosta? Por isso digo que os alicerces da reforma da Saúde ainda estão por começar e quem o quiser fazer vai ter uma herança difícil deixada pelo Ministro Correia de Campos, porque ele, apesar de sentir esta reforma básica da Saúde, não a vai fazer porque tornou-se um guerreiro cansado e com as munições gastas, quase todas em acções intolerantes.

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