Este hábito de logo pela matina ler os jornais levou-me até esta crónica semanal de Nuno Brederode Santos. Será para mim um aperitivo para o meu pequeno almoço a tomar daqui a um bocado. Não é a primeira vez que registo, através de "link", esta crónica. O cronista possui o humor que faltou à Dr.ª Ferreira Leite há dias e ainda outros condimentos sobretudo, como ele diz, para os sexagenários onde eu estou incluído.
Eu soube bem o que era viver em diatdura, o que foi passar por uma guerra injusta - a guerra colonial em Angola - quase 28 meses a partilhar uma vida com militares que não viam outra coisa que servir o regime, salvo duas honrosas excepções. E tive a amargura de ver a minha mulher triste pelo facto de ter pedido um atestado de residência na minha freguesia e o presidente da Junta, servo exacerbado da ditadura, que tinha há muito adoptado aquela freguesia para viver e onde chegou pobre, foi-lhe recusado por ele tal documento, pelo facto de ter contribuído matrimónio comigo. Lá foi a mulher a Santarém fazer exame, quando o podia ter feito, na altura já no Liceu de Tomar, onde mais tarde e pós o 25 de Abril, completou o 3. Ciclo dos Liceus. A personagem bafienta até era amigo do meu falecido Pai, pelo menos fazia-se, para levar uns géneros lá de casa de borla, a que o meu Pai acedia para o despachar mais depressa. Ao tempo, este fiel "presidentinho" disse à minha mulher que não me conhecia, nem ao meu Pai, quando era bastante conhecido. Enfim! Claro, que o homem foi desapeado após o 25 de Abril, como todos os outros.
Esta rocambolesca história é uma das muitas porque passei, mas o suficiente para afirmar que o Estado tem que ser reformado, em liberdade. Tem que ser também desapeado de "práticas" que ao fim de mais de trinta anos de democracia ainda existem no seu aparelho, para que o País esteja plenamente ao serviço dos cidadãos e que o fosso enorme existente entre as classes sociais deve acabar. Diga-se em tom bem claro, para haver reformas não se torna necessário nenhuma interrupção da democracia, não vá um homem ou uma mulher ou um simples adolescente ficar cerceado das suas liberdades, com eu vi tantos e que tanto fizeram sofrer os seus Pais, ao serem presos, outros perseguidos e ainda outros que tiveram de fugir de Portugal, só pelo facto de terem ideias novas, bem diferentes do Estado Novo. Não tenho receio de falar do passado e convivo bem com ele, afirmo.
Eu soube bem o que era viver em diatdura, o que foi passar por uma guerra injusta - a guerra colonial em Angola - quase 28 meses a partilhar uma vida com militares que não viam outra coisa que servir o regime, salvo duas honrosas excepções. E tive a amargura de ver a minha mulher triste pelo facto de ter pedido um atestado de residência na minha freguesia e o presidente da Junta, servo exacerbado da ditadura, que tinha há muito adoptado aquela freguesia para viver e onde chegou pobre, foi-lhe recusado por ele tal documento, pelo facto de ter contribuído matrimónio comigo. Lá foi a mulher a Santarém fazer exame, quando o podia ter feito, na altura já no Liceu de Tomar, onde mais tarde e pós o 25 de Abril, completou o 3. Ciclo dos Liceus. A personagem bafienta até era amigo do meu falecido Pai, pelo menos fazia-se, para levar uns géneros lá de casa de borla, a que o meu Pai acedia para o despachar mais depressa. Ao tempo, este fiel "presidentinho" disse à minha mulher que não me conhecia, nem ao meu Pai, quando era bastante conhecido. Enfim! Claro, que o homem foi desapeado após o 25 de Abril, como todos os outros.
Esta rocambolesca história é uma das muitas porque passei, mas o suficiente para afirmar que o Estado tem que ser reformado, em liberdade. Tem que ser também desapeado de "práticas" que ao fim de mais de trinta anos de democracia ainda existem no seu aparelho, para que o País esteja plenamente ao serviço dos cidadãos e que o fosso enorme existente entre as classes sociais deve acabar. Diga-se em tom bem claro, para haver reformas não se torna necessário nenhuma interrupção da democracia, não vá um homem ou uma mulher ou um simples adolescente ficar cerceado das suas liberdades, com eu vi tantos e que tanto fizeram sofrer os seus Pais, ao serem presos, outros perseguidos e ainda outros que tiveram de fugir de Portugal, só pelo facto de terem ideias novas, bem diferentes do Estado Novo. Não tenho receio de falar do passado e convivo bem com ele, afirmo.
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