Pois!

Outra coisa não se esperava do Primeiro Ministro. Depois, há ainda quem fale em eleições. Portugal só tem caminho, se todas as reformas necessárias forem levadas a efeito. Chegou o tempo deste País despir a pele do Estado Novo. Não há tempo a perder! Para quê ver quem falhou, após o 25 de Abril e arremessar pedras para o ar? Levamos já mais de três dezenas de vivência democrática. Os portugueses sabem que as reformas não se fizeram porque os Partidos tiveram medo de perder eleições. Hoje, os tempos são outros! E até são de crise: logo este mal não deve de servir para que as reformas sejam adiadas. Há que distribuir a riqueza de outra maneira. Não basta falar em pobreza: é preciso combatê-la. Há muitos a usufruir chorudos vencimentos, enquanto outros vivem com o salário mínimo e este ainda é discutido pelos primeiros. Que tristes! Sócrates foi claro quanto à modernização e grau de eficiência das Forças Armadas, mas não deixou de referir que a transformação da sociedade portuguesa, com uma estruturação certa, seria para todos, de certeza, com sacrifícios. Claro, os militares tiveram que ouvir. Seria mais fácil para o Primeiro Ministro dizer que as suas reivindicações seriam satisfeitas. E depois como se portariam os outros sectores da sociedade, se o PM tivesse dito o contrário?
Pois, o tempo das eleições legislativas que se avizinha não faz mudar a actuação do Chefe do Governo. Que seja firme até ao acto eleitoral. Os Portugueses não esperam do Eng. Sócrates outra coisa.
A Oposição deve apresentar-se rigorosa, mas com sentido de Estado. Foram as más políticas e quase todas de carácter reivindicativo, o que se compreende após a ditadura, que criaram o fosso enorme de ordem socio-economico entre classes. Que não se esqueça isto!