quarta-feira, julho 11, 2012

Sorte?

Nem sempre a sorte protege os audazes!...

O importante não é ganhar, como dizia o barão Pierre de Coubertin, é abrigar-se, como diz o Met Office, o serviço meteorológico britânico. O tempo, ao qual os ingleses devem a vontade de ter partido e construído um império, fez dos Jogos Olímpicos de Londres os primeiros onde os recordes são batidos ainda antes da cerimónia de inauguração: o mês de junho foi o mais chuvoso dos últimos cem anos (e estamos a comparar com marcas de um país campeão na modalidade). As autoridades, dizia ontem o jornal The Guardian, já se preparam para mudar as datas de provas em locais abertos - hóquei, ciclismo, vólei de praia... Mais grave, a cerimónia de abertura ousa ser no principal estádio, onde só dois terços dos 80 mil espectadores têm teto. Zeus, o deus grego da chuva, deve ter aderido ao partido Syriza e quer punir os ricos: os bilhetes mais caros (2500 euros para a cerimónia de abertura, 900 euros para a final dos cem metros), bem junto à pista, são também para os lugares diretamente sob as nuvens londrinas. Felizmente tanta ameaça de água ainda não apagou a chama olímpica: "O melhor da festa será ultrapassarmos os inconvenientes da chuva", desafiou Hugh Robertson, o ministro dos Desportos. É o espírito de que eu estava à espera numa cidade onde um comerciante, depois do bombardeamento alemão que lhe estourou a loja, pôs na montra partida este anúncio: "Mais abertos do que nunca." Como os Jogos Olímpicos de Londres.
(Ferreira Fernandes, no DN de hoje)

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