sexta-feira, novembro 25, 2005

Dar continuidade à vida!

Foi há 34 anos algures no leste da província ultramarina de Angola. A Noie já ia adiantada, quando o homem das tramissões sorrateiramente entrou num "quarto" que albergava 6 jovens "militarizados à força" e disse, senhores alferes, toca a festejar porque nasceu o rebento já anunciado há dias. Num pulo todos saltaram da cama e iniciou-se a festa, com o bater nas costas do Pai, de rosto babado e feliz. Duas garrfas de whisky despareceram depressa. Foi festejada a continuidade da vida!
O moço das transmissões nunca mais esqueceu a façanha e ainda hoje fala nisso. Estavam cumpridos 2 meses de guerra infernal e de isolamento terrível.
Recordar não é viver, mas é bom abrir de vez em quando um pouco da janela do passado, para bisbilhotar o que ficou para trás. Bem melhor, é fechá-la. Ficaram as amizades que se fizeram entre jovens e onde bem poucos sabiam o que queriam. Alguém, por saber, foi parar ao 2. º comandante e avisado por este para ter cuidado com a língua. Até aqui tudo bem! Conseguiu-se saber, mais tarde, que a denúncia tinha saido de um camarada com a escola da Av.ª António Augusto de Aguiar. A partir desta descoberta houve direito sempre à desconfiança, entre camaradas de "guerra". Aplicou-se então o ditado "cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

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