Há dias andei por Constância num final de tarde! Entre algumas fotos colhidas na terra de Camões(?), nomeadamente no Jardim do Horto, onde segundo consta o nosso poeta épico e ícone da nossa literatura descansou e passeou rodeado de musas inspiradoras, onde trouxe à estampa alguns dos seus sonetos, que ainda hoje fazem exaltar corações apaixonados. Engraçado! Deparei-me agora com esta notícia do "O Mirante", na qual o actual Presidente, prossegue de forma entusiástica os passos do anterior edil Dionísio Mendes que, nas quase três últimas décadas deitou mãos à obra, recolocando Constância no roteiro cultural e turístico do País. Polémicas à parte, a Vila de Constância já é por direito próprio a Vila Camoniana de excelência, graças ao papel dos seus autarcas e vontade determinante das suas gentes. Bem hajam! A cultura portuguesa agradece...
Eis um dos muitos sonetos de Camões:
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Sem comentários:
Enviar um comentário