domingo, janeiro 31, 2010

Luta sonegada

(Imagem: in clubearlivre.org.)
... pelo andar da carroça o PSD vai de mal a pior. Quem se deve rir de tudo isto é Paulo Portas, que espreita pelos votos do centro direita normalmente depositados no partido laranja.
Vale a pena ler o editorial do DN de hoje, que transcrevo, abaixo. Vejam se não tenho razão! Toca a ganhar juízo pessoal! Ah!...se estivesse cá Sá Carneiro, de certeza que a cantiga era outra.

A próxima batalha interna do PSD

"O pior que podia acontecer ao PSD neste momento era mais uma luta fratricida pela sua liderança. Pior ainda é que esse risco existe. Depois de Manuela Ferreira Leite ter aceitado sacrificar-se e carregar sobre os ombros a responsabilidade política e os custos eleitorais de ajudar a viabilizar o Orçamento do Governo, deixando o terreno limpo para quem a suceder (conseguindo terminar assim o mandato com dignidade), eis que é "compensada" com um possível duelo entre os seus dois delfins, Aguiar-Branco e Paulo Rangel. Ambos, apesar de o deputado europeu não o confirmar, parecem claramente interessados no lugar, tendo passado os últimos tempos a vigiar-se mutuamente e a travar entre si todas as manobras no terreno que lhes permitam avançar com uma candidatura sólida. Um condicionamento mútuo cujos resultados são mais que previsíveis.

Além de uma divisão ainda maior dentro da manta de retalhos em que o PSD se transformou, este duelo iminente tem a agravante de poder vir a colocar frente a frente dois protagonistas da mesma ala dos sociais-democratas, que era suposto unir-se e não defrontar-se no objectivo de encontrar uma alternativa a Passos Coelho.

Esta feira de vaidades - razão pela qual Marcelo se negou a voltar à terra - só descredibiliza o maior partido da oposição e mantém-no secundarizado nas lutas do poder, dando aliás margem de crescimento ao partido à sua direita, o CDS--PP. Portanto, se a opção for a falada "terceira via", e em vez de chegarem a acordo Rangel e Aguiar-Branco decidirem defrontar-se, o PSD continuará a ser um partido adiado, que deverá passar os próximos tempos a contestar o seu próprio líder, seja ele qual for, em vez de fazer oposição a sério e solidificar-se como alternativa de governação".


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