P.S. - Adenda: Dia 16 de Fevereiro! O que diz o ediorial do DN de hoje, acerca do tema:
A nomeação de Vítor Constâncio para a vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE) é uma boa notícia para Portugal. Ela reveste-se de um singular significado nos dias que vivemos, em que se questiona a capacidade de vários países do Sul da Europa poderem cumprir com as suas obrigações enquanto membros da Zona Euro. O actual governador do Banco de Portugal (BdP) é bem conhecido em Frankfurt: há dez anos que trabalha com os seus pares nessa aventura sem precedentes que é a moeda única europeia.
Nesse sentido, a nomeação para este alto cargo na direcção do BCE constituiria sempre o reconhecimento da carreira de um economista de mérito. Mas é mais: é também a validação da sua acção à frente do banco central português, da sua supervisão e da solidez relativa alcançada pelo sector financeiro em Portugal, que o poupou aos abalos de que outros sectores congéneres se tiveram de recompor por essa Europa fora.
Neste segundo sentido, a nomeação de Vítor Constâncio constitui uma bofetada de luva branca para todos os que se encarniçaram no ataque à sua actuação nos casos polémicos do BCP, BPN e BPP, tentando responsabilizá-lo pessoalmente pelo facto de a supervisão do BdP não ter conseguido evitar um conjunto de práticas criminosas naquelas instituições bancárias. Ironicamente, nas suas novas funções consta precisamente o pelouro da supervisão do BCE. Seria impensável atribuir tais funções a alguém sobre quem pendesse a menor dúvida acerca da sua actuação passada nesta matéria.
Reconhecido o contributo que Portugal tem dado para a implantação e consolidação do euro, esta mudança de Constâncio para Frankfurt levanta agora a questão, igualmente decisiva para nós, de escolher a pessoa certa para dirigir o nosso banco central nos próximos anos.
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