Não é que o nosso Presidente da República esqueceu-se que tinha sido Primeiro Ministro de Portugal? Pois foi, obrigado Ferreira Fernandes! Recordo-me que a "bagunça" no seu último Governo foi tanta que o Prof. Cavaco Silva desistiu e além de timoneiro do barco que comandava, poucos marinheiros tinha à ré e mais ninguém para a proa. Recordo-me ainda, quando da posse do Governo de Guterres, o PR sentiu-se mal, a rondar a palidez do desmaio. Ele sabia bem qual era o estado caótico e de compadrio, que tinha deixado construir e que na altura abandonava e onde pairaria, por mais de uma década, uma herança difícil. Mal se falava, ao tempo, de deficit, mas sabia bem do grau de dificuldade das finanças do país, não fosse ele professor de economia e consultor da banca. Lá se foi de consciência pouco tranquila, julgo eu, até que há pouco tempo, a seu pedido, os ex-ministros das finanças informaram Sua Excelência do estado caótico para onde arrastaram o erário público. Diz o povo que vale mais tarde do que nunca! Numa coisa estou de acordo no discurso de ontem, proferido em Faro! O apelo à unidade nacional, entre entidades patronais e sindicais e que os partidos políticos se deixem de "querelas partidárias ou quezílias ideológicas" que possam atirar o país para outras situações indesejadas, em vez de curar as chagas bem profundas da economia.
O Presidente não se esqueceu, porém, que dentro de pouco tempo, será de novo candidato à Presidência da República e passou com a mão pelo "pêlo" do 1. Ministro, recordando o caso bem recente da tragédia da Madeira, vivida em Março passado, onde Sócrates e Alberto João deram as mãos, fazendo funcionar a solidariedade entre o Governo Central e o Governo Regional, juntando esforços para a reconstrução da ilha em prol dos madeirenses. O Prof. Cavaco Silva, no meu entender, procurou dizer que, com ele, a legislatura, fique o PS descansado, será para levar até ao fim, facto de que já não estou certo. Piscou o olho a algum eleitorado do PS descontente com a candidatura de Manuel Alegre, até porque a candidatura de Fernando Nobre - a máquina eleitoral de Cavaco sabe - pode atirá-lo para uma segunda volta nas eleições presidenciais e afastá-lo de Belém.
De ontem, não só não gostei nada das assobiadelas a Sócrates, vindas de uma máquina sindical disfarçada, que todos conhecemos, mas também foi com alguma dor que assisti ao desfile militar conjunto de militares no activo e de ex-combatentes, porque, involuntariamente, pertenço a este grupo, mas jamais participaria em tal desfile, apesar de reconhecer que os ex-militares não profissionais da guerra da Índia e das colónias são, em nome de um falso patriotismo, injustiçados.
Recordo aqui que as "assobiadelas" de esquerda(?) e este acto militar mal planeado (alguém tem a culpa) podem arrastar o país para uma situação de intolerância conducente à implantação de um regime de extrema-direita. Ela anda disfarçadamente por aí!...
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