quinta-feira, janeiro 22, 2009

Azar!

Isto só acontece porque o Professor Correia de Campos iniciou muito mal a reforma dos Cuidados de Saúde Primários. Começou por encerrar SAP's, enquanto devia reorganizar e reagrupar "Extensões de Saúde" em cada Centro de Saúde concelhio, pelo menos. Acreditou no voluntarismo dos médicos e outros profissionais de Saúde para se organizarem em Unidades de Saúde Familiares, e tal crença foi fiasco. Nesta altura do campeonato e com outra Ministra da Saúde, a maioria dos concelhos não têm as tais "unidades de saúde familiares" constituídas. Perceba-se de uma vez por todas, que estas só interessam aos jovens médicos: a quase maioria dos médicos dos Cuidados de Saúde Primários estão perto da aposentação.
Ao Ministério da Saúde cabe fazer pedagogia junto dos autarcas e da população, para que entendam que está esgotada a forma de uma ou mais extensões de Saúde por freguesia, para permitir que todos tenham acesso à Saúde. Não faz sentido hoje existirem Unidades de Saúde, abertas "à hora" e só com um profissional médico, ou até mesmo dois. Elas só fazem sentido abrangendo uma população a rondar cerca de nove mil utentes, com pelo menos 5 médicos, o que permite um horário de abertura das 08H às 20H, e sobretudo um trabalho em equipe, que pode contribuir para a resolução de uma dúvida clínica, que quase sempre existe no dia a dia de cada profissional de Saúde.
Este ano será também um ano de eleições autárquicas. Haverá algum candidato a autarca, tanto nas Câmaras como nas Freguesias, capaz de falar nesta reforma?...Parece-me que não! Significará isto, se nada se alterar nas freguesias, considerando a hipótese de que haveria médicos para todas as unidades dos Centros de Saúde (só no imaginário), que vamos sempre piorar os "Cuidados de Saúde Primários" das nossas populações. Haja coragem para fazer uma reforma como esta aqui preconizada, para que o dinheiro dos nossos impostos não seja desbaratado, como neste momento acontece nesta área da saúde.
A maioria da população já entendeu o encerramento das pouco populosas pequenas escolas e a formação de "pólos educativos", que congregam mais professores e alunos. Rentabilizam-se recursos humanos e físicos. O mesmo também se pode fazer nesta área da Saúde, quando houver coragem política. Acredito!

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