sexta-feira, outubro 13, 2006

Rol de intenções!

Aqui está um mau exemplo de como não se deve reformar um Serviço: começar sem alicerces. Nunca houve legislação para a criação das Unidades de Saúde Familiares, para lá das intenções. Começou-se pelo telhado, prometendo muito aos Clínicos Gerais para executar cabalmente a sua especialidade de Saúde Familiar. Então os Médicos de Família são ou não sâo especialistas? Claro que são! Sabemos que as Unidades de Saúde Familiares trariam muitas vatangens económicas para os Clínicos mais novos: dava-se mais dinheiro aos clínicos envolvidos nestas Equipes para os mesmos prestarem assistência a todos os utentes do seu ficheiro.
A atitude do Ministro das Finanças já era esperada há muito. Então como era monetariamente com os outros profissionais envolvidos, enfermeiros, administrativos e auxiliares? Trabalhavam aqui voluntariamente sem qualquer compensação, para os senhores Doutores executarem aquilo que há muito é sua função: atender os utentes do seu ficheiro, atempadamente.
Há muito que venho dizendo que há lobies no Ministério da Saúde. Um deles é a Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral; são eles que povoam os Conselhos de Administração das Regiôes e Sub-Regiões de Saúde e teimaram andar depressa neste campo dos Cuidados de Saúde Primários. Ainda me admira como alguns se lançaram nesta aventura sem legislação, baseados num rol de intenções. Percebe-se a necessidade de toda esta pressa.
O Ministro das Finanças esteve bem. Tem que ver quais são os investimentos necessários a envolver e sobretudo a mobilidade dos restantes recursos humanos e seu pagamento. Ninguém tenha dúvida que estamos perante uma forma nova de pagar a funcionários, pois prestam a sua funçâo ao Sábado e em muitos dias até às 22 horas, pelo menos. Mas todos devem ser pagos pelas funções a que estão sujeitos nas suas carreiras.
Estou certo que muita tinta vai correr por causa desta reforma nos Centros de Saúde.