quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Bem nos parecia!...

 (imagem:in graficasaomiguel.pai.pt)
Os mais atentos aos problemas das finanças e da economia sabiam que Portugal estava a ultrapassar as recomendações da Troyca. Desta vez foi o sr. Poul Thomsen-líder da equipa "Troyquiana" que veio dizer que as metas do programa de ajustamento orçamental teriam que ser suavizadas, por três razões: "recessão, desemprego e crise europeia"..,"e andar mais depressa na implementação de reformas estruturais". Isso mesmo, mexer nas "ditas gorduras do estado", facto que tem sido evitado pelo governo a todo o custo. Isto porquê?...a camarilha governamental não quer atirar para o desemprego alguns dos seus acólitos, uma espécie de vampiros que suga o sangue aos portugueses, e rejeita igualmente mexer noutra classe política de outras forças partidárias que teriam como destino também o desemprego, acabando-se com os jobs para todos. Muita gente que está na esfera política esquece-se que são eleitos democraticamente para defender os reais interesses da população, e não para se abastarem a si próprios. Acredito que haverá tempo para o governo emendar a mão sem grandes sobressaltos, facto conveniente para a estabilidade desejada do país, logo, para o bem estar dos cidadãos, criando-se padrões de justiça social, recriando o emprego.

Permitam-me transcrever aqui parte do editorial do DN, de hoje-Discursos contraditórios:"Segundo um editorialista do Financial Times, Portugal está fadado a incumprir as suas obrigações financeiras e a seguir o caminho da Grécia, acabando por ter de pedir um desconto aos seus credores. Já a agência de notação financeira Fitch garante que Portugal não representa qualquer risco para a Zona Euro, já que aquilo que está a fazer é credível e bem feito. Não poderia haver posições mais dissonantes sobre uma mesma realidade. Como explicá-las?Convém recordar que, na opinião do Governo britânico, o euro nasceu fundamentalmente torto e não vai conseguir endireitar-se tão cedo. Aliás, decidiu pôr-se à margem do pacto orçamental, mas também dos esforços de reforço financeiro dos fundos europeus de estabilização da moeda única europeia. Não causará estranheza que tudo isso acabe por influenciar a matriz analítica do que se está a passar no continente. Nesse sentido, a ideia de poder estar próximo o estancamento da crise das dívidas soberanas, com um segundo programa de apoio à Grécia (mais bem ajustado à realidade helénica), com o pacto de responsabilização orçamental e a antecipação do mecanismo permanente de estabilização financeira do euro, não se enquadra na análise que, ciclicamente, nos chega da América ou das Ilhas Britânicas.
Que o Tesouro português tenha hoje, de novo, colocado com êxito dívida pública a três e a seis meses a juros mais baixos do que no leilão anterior, parece não impressionar quem prevê que os mercados a mais longas maturidades vão manter-se fechados para Portugal para além de 2013, acentuando o risco de incumprimento nos próximos cinco anos.
Entre nós, também se assiste a discursos contraditórios: enquanto Vítor Gaspar reafirma (em Londres) que o País vai mesmo reduzir o défice para 4,5% do PIB, dê lá por onde der, e não irá pedir financiamento adicional, já António Saraiva, líder da CIP, afiança à imprensa que faltam uns 30 mil milhões de euros para financiar convenientemente as empresas nos próximos dois anos. Por estas e outras, Portugal não sai da zona cinzenta da incerteza e da desconfiança dos seus credores."
Vamo-nos apercebendo que os"media" aos poucos vão modificando a sua opinião  acerca das medidas efectuadas pelo governo, não pela defesa dos interesses dos cidadãos, mas por terem chegado à conclusão de que o seu patronato não era defendido pela ação governativa, pelo que então as coisas começam a surgir aos olhos de todos de forma mais plural, defendendo as empresas e quem nelas trabalha.

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